Na palestra “Mediation in the air”, no IBA 2024, discutiu-se como a mediação pode ser usada no setor de aviação, uma indústria de 800 bilhões de dólares que ainda não adota muito esse método de resolução de disputas. O debate, liderado por Gary Birnberg, contou com Ximena Bustamante, Diego Faleck e Jonathan Hamilton, e explorou os desafios para que a mediação se torne mais comum na aviação.
Jonathan Hamilton falou sobre a importância de ouvir todas as partes envolvidas na mediação e de buscar soluções em que todos ganhem. “É essencial criar um processo em que todas as partes sintam que foram ouvidas. Além disso, é importante garantir que os tomadores de decisão estejam prontos para aprovar o que for acordado, para que o progresso não seja perdido depois.”
Diego Faleck abordou o desafio de lidar com grandes tragédias na aviação, como acidentes aéreos, e a pressão que as empresas enfrentam em meio a esses eventos. “Quando você está nessa situação, tem os promotores e autoridades públicas enviando notificações, a mídia, as famílias, advogados e vizinhos, todos trazendo pressão. Há uma barreira cognitiva famosa, a avaliação reativa. Qualquer oferta que você faça parece ser boa para você, mas não para as famílias.”
Hamilton também destacou que, em grandes projetos de infraestrutura de aviação, o conhecimento sobre como funcionam os sistemas de concessão é mais importante do que o conhecimento específico sobre aviação. “É mais fácil ensinar aos mediadores sobre o impacto no setor de aviação do que explicar como os governos lidam com contratos.”
A palestra também abordou as razões pelas quais o setor de aviação ainda não usa a mediação tanto quanto poderia, apesar de sua importância global. Áreas como leasing, financiamento e manutenção foram citadas como setores onde a mediação pode ajudar bastante, mas que ainda enfrentam barreiras para sua implementação.
