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Pessoas & Gestão

Compliance Summit & Awards: Painel de abertura discute papel da liderança

O primeiro painel da primeira edição do Leaders League Compliance Summit & Awards discutiu sobre o papel das lideranças na frente de compliance das empresas. O debate foi mediado pela KPMG e contou com representantes da Getnet, ABB, Google e Mercado Livre.

A 1ª edição do Leaders League Compliance Summit & Awards Brazil acontece no Centro Britânico, em São Paulo. O evento teve início com o painel intitulado “Compliance e Liderança: Criação de uma Cultura de Prevenção e Gestão de Riscos, Sustentabilidade e Responsabilidade”.

O debate foi moderado por Tamara Oliveira, Sócia Diretora de Forensic & Litigation da KPMG, e contou com a presença de importantes figuras do setor, incluindo Monica Benedeti, Head of Compliance and Corporate Governance da Getnet; Milena Sbrana, Head of Legal & Integrity da ABB; Silvio Ferraz, Head of Risk and Compliance Brazil do Mercado Livre; e Maria Isabel Carvalho S. Longhi, Chief Compliance Officer para Latam & Canada de Payments do Google.

Zô Stark, Head de Eventos da Leaders League Brasil, abriu o evento dando as boas-vindas aos participantes e patrocinadores e apresentando a programação e os painéis que ocorrerão ao longo do dia.

“Este evento foi projetado para ser um espaço de colaboração, onde a experiência de vocês é extremamente valiosa, por meio de painéis e networking entre especialistas da área”, destacou Stark.

Tamara Oliveira iniciou o debate questionando o papel das lideranças corporativas na área de compliance das empresas e como esses líderes se posicionam frente ao tema.

Maria Isabel Carvalho destacou que a liderança desempenha um papel fundamental, não apenas em garantir a existência e controle do programa de compliance, mas também em participar ativamente de suas iniciativas.

“Na próxima semana, vamos realizar um treinamento na Colômbia sobre proteção contra lavagem de dinheiro, e o convite para o treinamento não veio do nosso compliance officer no país, mas sim do country manager, pois a ideia é que a equipe entenda que não é apenas o time de compliance que considera o tema importante. O country manager está abrindo espaço em sua agenda para participar e se aprofundar no assunto, demonstrando que é uma prioridade”, afirmou a Chief Compliance Officer para Latam & Canada de Payments do Google.

Milena Sbrana complementou, apontando que são as ações cotidianas que determinam a eficácia de um programa de compliance e que a responsabilidade deve ser de todos dentro da organização.

“Em todas as nossas reuniões de negócios, começamos apresentando um caso real de compliance. Pode ser algo identificado por meio de uma denúncia ou uma auditoria, que foi investigado e teve consequências. O gestor apresenta o caso, promovemos uma discussão e analisamos cenários que possam ter uma zona cinzenta, para que todos compreendam a situação e percebam que há uma consequência independente do cargo hierárquico. Isso traz transparência e reforça a importância de investigar todas as denúncias, além de demonstrar que haverá uma resposta adequada”, explicou Sbrana.

Na sequência, Oliveira perguntou sobre o impacto das diferenças entre os países no programa global de compliance.

Silvio Ferraz, Head of Risk and Compliance Brazil do Mercado Livre, explicou como a empresa, que está presente em diversos países da América Latina, lida com as especificidades de cada mercado.

“Queremos um programa eficiente que não seja custoso. Nosso objetivo é que os processos sejam escaláveis. Hoje, temos um código de ética único e simples, que abrange temas como proteção de dados e fraudes de forma intuitiva, independentemente do país em que se aplique. Mas, é claro, cada um tem suas peculiaridades. No México, por exemplo, o risco de suborno é muito mais grave e frequente do que em outros países. Então, quando abordamos essa questão, damos um treinamento mais intensivo nessa área, personalizando o programa de acordo com os riscos de cada país”, afirmou Ferraz.

Por fim, Monica Benedeti, Head of Compliance and Corporate Governance da Getnet, falou sobre a resistência interna nas empresas ao implementar mudanças nas regras de compliance, especialmente diante das diferenças culturais e regionais.

“O papel da liderança é essencial nesse processo. Se um CEO contrata um profissional de compliance apenas por obrigação, será difícil alcançar resultados. No entanto, quando a empresa já entende que compliance é um investimento e essa mentalidade parte da liderança principal, o trabalho flui mais facilmente. Se identificamos uma resistência, precisamos entender a origem – se a pessoa não compreendeu o objetivo ou não visualizou o valor agregado. Depois, é importante reiterar as informações. Em algum momento, ela perceberá e dirá: ‘Agora faz sentido’. É um processo natural”, concluiu Benedeti.

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