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'Continuo com o propósito de impactar a vida das pessoas com o meu trabalho'

Inês da Silva Magalhães é vice-presidente de Habitação da Caixa Econômica Federal. Ocupando a 46ª colocação da lista Corporate & Finance Leading Women, ela fala sobre as perspectivas das políticas habitacionais e os desafios para mulheres no enfrentamento ao machismo.

Como você descreveria a sua atuação na Caixa Econômica Federal?

É, sem dúvida, um momento muito especial na minha trajetória profissional. Trabalho com o tema de Cidades desde os anos 80, e mantenho relação estreita com a Caixa há mais de 20 anos, quando atuei no Governo Federal nas funções de Ministra de Estado, Secretária Nacional de Habitação e Diretora de Políticas para os Assentamentos Precários. Mesmo estando em uma posição diferente continuo com o propósito de impactar a vida das pessoas com o meu trabalho.

Com a retomada do Minha Casa Minha Vida, pelo Governo do Presidente Lula, tive a oportunidade de participar da revisão do programa e seus parâmetros, e agora, de liderar o time de profissionais da Caixa na implementação das novas regras do Programa e já estamos colhendo muitos frutos como a superação nas contratações com recursos do FGTS em 2023. Especialmente com mulheres, que representam parcela significativa dos financiamentos habitacionais enquanto chefes de família.

Para 2024, além da continuidade dos financiamentos com recursos do FGTS, teremos as contratações da Faixa 1 do Programa nas modalidades FAR, FDS e Rural o que vai consolidar a retomada dessa importante política pública do Governo Federal, que propõe tornar mais igualitário o acesso à moradia.

Quais são os principais desafios para as mulheres que atuam no setor bancário?

Entendo que não há mulher a qual não tenha enfrentado o machismo na sociedade e nas instituições, ainda mais no caso das que decidiram construir uma carreira ocupando cargos de liderança. Os desafios para as mulheres que atuam no setor bancário não são diferentes daqueles enfrentados em diversos outros setores da economia.
Vejo uma diferença de quando iniciei minha trajetória profissional no sentido de que a presença de mulheres em cargos de gestão era inexpressiva devido às dificuldades de ascensão. Hoje a ambição e o direito de ocupar qualquer função é legitimado. Entretanto, é algo recente e sensível que deve ser preservado para que as mulheres não precisem provar a sua competência constantemente.

A Caixa adotou a diversidade como uma meta no Planejamento Estratégico, assim como o Governo Federal, e tem perseguido proporcionar oportunidades para as mulheres nos diversos níveis hierárquicos, inclusive na alta gestão. Os resultados alcançados pelo banco em 2023 consolidam a importância na liderança feminina em cargos estratégicos.

Como você avalia o atual cenário no âmbito de crédito imobiliário e habitacional? E quais são as perspectivas do setor para o próximo ano?

A demanda pelo crédito segue aquecida, seja com recursos do FGTS ou da Poupança/SBPE, e teremos um dos melhores anos da nossa história. Temos como desafio para os próximos anos aumentar soluções inclusivas para financiamento de moradias para famílias de menor renda, com recursos do FGTS e novas fontes de financiamentos.

A equipe está em constante atualização para, além do atendimento às demandas de mercado, a construção de políticas públicas mais justas e sustentáveis, e, nesse sentido, as Novas Modalidades de Habitação, como o Retrofit e as Melhorias Habitacionais, vem sendo estudadas como uma alternativa para o provisionamento de moradias e deverá ganhar destaque nos próximos anos.