favicon
Inovação & PI

'Estamos entrando em um novo estágio na área de saúde'

Carlos Eduardo Spezin Lopes é CEO da Doctoralia, startup que revolucionou o mercado conectando pacientes e profissionais de saúde. Neste entrevista, o profissional conta sobre sua passagem no mercado de telecom, sua migração para a heathtech e as perspectivas para o setor de saúde

Leaders League Brasil: Quais são os principais desafios da Doctoralia no Brasil atualmente? E como superá-los?

Carlos Eduardo Spezin Lopes: Aumentar a adoção do nosso aplicativo para pacientes (APP) e finalizar a integração de sistemas, processos e pessoas com a Feegow (empresa recém adquirida) são os dois principais desafios da Doctoralia no Brasil atualmente. Para superar o desafio de crescer a base de usuários do aplicativo é necessário continuar entregando qualidade na experiência do paciente e contar ao mundo que já é possível ter a gestão da sua própria saúde na palma das mãos. E no caso da integração completa das duas empresas é preciso um cuidado redobrado com as pessoas, com cada um, afinal, este é o pilar mais importante das organizações e o motivo pelo qual as empresas prosperam ou declinam.

 

Você tem quase uma década de experiência no setor de telecomunicações, tendo anteriormente trabalhado na Brasil Telecom, na Claro e na Tim. Como essa experiência te auxiliou e te influenciou na concepção e na direção da Doctoralia?

Velocidade, adaptação, visão sistêmica, energia realizadora e motivação são ingredientes característicos do setor de telecomunicações e que contribuíram muito para a concepção e direção da Doctoralia nesse universo de saúde, que tende a ser mais conservador e que agora está se abrindo mais para a tecnologia, muito impulsionado pelo desejo dos próprios pacientes.

 

A Doctoralia recentemente anunciou algumas aquisições, como a MyDr e a Feegow. Você pode nos contar um pouco da estratégia por trás dessas aquisições e como elas impactam o modelo de negócios da Doctoralia?

A estratégia por trás dessas aquisições é a de trazer o que existe de melhor no mundo para as mãos dos nossos pacientes. Sabemos que não é possível realizar a transformação da experiência em saúde, sozinho. Por isso estamos avançando fortemente com aquisições, parcerias e colaboração com diversas outras empresas e pessoas que buscam a mesma missão de transformar a jornada em saúde, tornando-a mais humana, através do bom emprego da tecnologia.

 

Nesse sentido, como você enxerga o papel do departamento jurídico no seu negócio?

O departamento jurídico promove a segurança necessária para que essas negociações complexas aconteçam. Há muito risco envolvido e é nesse momento que um departamento jurídico que pondere as necessidades do negócio com a mitigação de tais riscos, torna-se vital.

 

O setor de saúde foi o que mais sofreu transformações com a pandemia. Na sua opinião, quais foram as maiores transformações em termos legais e regulatórios? E quais tendências da indústria você acredita que devem se materializar nos próximos anos?

Certamente as transformações que ocorreram com a Telemedicina, no âmbito legal/regulatório e sobretudo na adoção por parte dos pacientes, foi a maior transformação ocorrida com a pandemia. As atenções voltaram-se para a tecnologia aplicada na saúde, como o principal elemento para garantir a entrega de saúde com qualidade e segurança. Como tendência, enxergo a Inteligência Artificial de forma acelerada e aumentando sua presença nas soluções e no nosso dia a dia. Outra tendência é o descobrimento por parte dos pacientes de que já é possível fazer a gestão de sua própria saúde, com o histórico de consultas, resultados de exames devidamente organizados e online, com compartilhamento de dados respeitando a LGPD entre vários outros benefícios. Estamos entrando em um novo estágio na área de saúde!