Três painéis da última bateria da 5ª edição do Finance & Law Summit and Awards (FILASA), levantaram uma profunda reflexão sobre o atual panorama de investimentos e empreendedorismo no Brasil face à recuperação em uma conjuntura adversa.
A mesa intitulada “Os desafios da geração de valor nas investidas de Private Equity” foi mediado por Luciana Felisbino, sócia do Madrona Fialho Advogados, e contou com os convidados Diego Montezano Santos, sócio diretor do Kinea Investimentos, Fernanda Garrelhas, sócia do Pátria Investimentos, e Carlos Eduardo Martins, Co-Head de Private Equity do Vinci Partners.
Montezano discorreu sobre o recente M&A entre Cobasi e Petz, no qual a primeira foi uma investida da Kinea, entrando com um investimento minoritário.
“A companhia era cobiçada por players de Private Equity por muito tempo, mas conseguimos convencê-los a se juntarem a nós com muito esforço. A tese da Cobasi e Petz, é uma tese conhecida de conseguir unir as duas grandes redes do setor. Nossa atuação focou em fazer um convencimento técnico de que a fusão era a melhor decisão, além de trabalhar psicologicamente para mostrar isso. A transação ainda está em andamento, onde estamos confirmando questões técnicas como sinergia, mas é interessante destacar que a dimensão humana foi crucial nesse processo”, exemplificou.
Simultaneamente, o painel “Como gestores locais podem captar recursos fora do Brasil?” trouxe à tona o debate sobre o cenário adverso para fundos brasileiros e quais os principais pontos de atenção ao abordar investidores internacionais.
“Os gestores brasileiros têm o desafio do retorno de capital, o que é uma constante nos mercados emergentes como um todo, não só Brasil. Quando você olha mercados emergentes como um todo, o Brasil está mais bonito, não só por ter feito uma grande lição de casa, mas porque a Rússia ficou fora dos investimentos. Na China, hoje os fundos de venture capital não querem mais investir, por uma questão política mesmo. E a principal beneficiada disso é a Índia”, afirmou Jorge Lange, sócio da XP Asset Management, que dividiu o palco com Timothy Chamberlain, sócio fundador da Brunel Partners; e Murilo Marins, diretor executivo do CAF. A mediação do debate ficou a cargo de Rodrigo Carvalho, sócio do Winston & Strawn LLP. “O benchmark dos investidores internacionais é muito alto. Eles estão acostumados a ver materiais que são os melhores do mundo. Então tem que ter uma qualidade de material e apresentação muito boas, porque a pessoa do outro lado está acostumada a ver isso. Se for mal preparado, ele não vai te receber uma segunda vez”, completou Lange.
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Encerrando os painéis, Felipe Barreto Veiga, managing partner do BVA Advogados, mediou o painel “Empreendedores Brasileiros: Da Ideia Inovadora a uma Grande Transação”. O debate contou com a presença do vice-presidente da Nuvini, Walter Leandro Marques; do CEO da G4 Educação, Tallis Gomes; e do co-founder da Remessa Online, Alexandre Liuzzi.
“Éramos mais eficientes que a Uber, então operacionalmente éramos melhores, porém quando você entra em outro país, às vezes precisa reconstruir do zero o backoffice. Quando entramos em outras culturas muito diferentes da do Brasil, por exemplo na Ásia, tinhamos que fazer um time de inteligência local para temas específicos, o que antes não precisava, já que esse time ficava no Brasil e somente o operacional ficava lá.. Então a grande dificuldade foi esse fator de enfrentar culturas totalmente diferentes da que já estávamos acostumados”, contou Gomes.
Por: Daniel Dias e Danilo Motta