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Negócios & Transações

FILASA: Qual a atual situação dos investimentos internacionais no Brasil?

Painel do FILASA debateu as vantagens das empresas brasileiras em buscar investimentos no mercado internacional

Foto: Leaders League

A 4ª edição do Finance & Law Summit and Awards (FILASA), recebeu o painel “Captação Internacional de Recursos para Empresas Brasileiras” na sala “Transactions & Deals”. O debate foi mediado pelo sócio do Winston & Strawn, Rodrigo Carvalho.

O painel contou com a presença de Fernanda Castro, Managing Director do Bank of America, e Renato Boranga, Managing Director da FTI Consulting.

Carvalho abriu o painel perguntando sobre as formas de captação que as empresas brasileiras podem buscar nos mercados internacionais.

“Empréstimos bilaterais ou via pré-pagamento de exportação, passando depois por um club deal e indo até as operações de mercados de capitais, é um caminho e uma vertente que sempre existiu nesse universo de investimentos das agências internacionais. É uma das formas mais tradicionais e que continua sendo uma das principais maneiras de companhias nacionais terem acessos a investimentos lá fora”, explicou Fernanda Castro.

Renato Boranga complementou trazendo sua visão de um mercado muito mais envolvido com empresas distressed.

“Estamos em um mundo com um CDI em quase 14% e com um mercado de bônus fechado, fundos distressed e fundos de private equity que estão sempre disponíveis. Isso é muito importante, pois diferente dos outros mercados que vão fechando quando a crise vem e só abrem quando ela passa, esses fundos não passam por isso. Quando o mercado está em um momento de crise como esse, eles ainda conseguem atuar mesmo que de outra maneira, então existe essa possibilidade de acessar os fundos internacionais de distressed e Private”.

Benefícios e Dificuldades

Na sequência, Carvalho levantou a questão de quais são os benefícios e desafios para as empresas brasileiras que buscam esse investimento internacional.

Boranga explicou que quando você observa o mercado internacional, você encontra mais opções de fundos e um ticket maior, portanto com mais tickets de liquidez.

“Um ponto interessante que estamos sentindo e é uma coisa que me surpreendeu muito, é que esses fundos internacionais gostam de olhar para o Brasil mesmo com a taxa de juros alta. Entretanto, esses dias ouvi de um fundo a seguinte frase: ‘adoro o Brasil, mas tenho uma empresa de torres na África que me dá um retorno tão bom quanto o brasileiro, mas com menos incertezas’. Então foi uma surpresa ver que outras geografias de países em desenvolvimento estão atraindo os fundos por estarem um momento de investimento mais seguro e mais rápido”.

Dando sequência à fala de Boranga, Fernanda Castro comentou que em um momento como este, é importante ter acesso a opções de bolsos de liquidez.

“Mesmo que alguns levem tempo, é um mercado que está sempre disponível a algum preço. Claro que você pode discutir se é o melhor momento para precificação, mas não pode deixar de citar que ele está sempre resiliente, então se você precisar de liquidez ele vai ser resiliente. Quando o mercado local está em 40% abaixo, ter essa disponibilidade é super interessante para conseguir passar por esse momento de liquidez contando com uma taxa de juros mais baixa lá fora, o que torna as coisas um pouco mais fáceis”.