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ESG Negócios & Transações

Leandro Marin: ‘A gente aprendeu que concessão é um business de relacionamento’

O vice-presidente da Aegea Saneamento e Participações compôs a mesa sobre M&A no setor de saneamento

Foto: Decisor Brasil

O painel intitulado “M&A: Visão estratégica para o setor de saneamento”, realizado na 4ª edição do Finance & Law Summit and Awards (FILASA), trouxe uma discussão sobre o amadurecimento do mercado e tópicos de relacionamento com a comunidade por parte das empresas do setor. O debate foi moderado por Luciana Felisbino, sócia do Madrona Fialho Advogados, e teve participação de Rodrigo Rocha, managing director da Vinci Partners; Leandro Marin, vice-presidente de operações da Aegea Saneamento e Participações, Caio Garcia da Cunha, superintendente de Novos Negócios da Sabesp; e Gustavo Magalhães, sócio do Madrona Fialho Advogados.

Luciana iniciou o debate convidando o superintendente da Sabesp a comentar sobre as operações de M&A da companhia.

“A Sabesp adquiriu uma participação societária em uma empresa de utilização de resíduos sólidos urbanos como combustível para aquecimento de caldeira, girando turbina para gerar energia. A aquisição foi feita muito em razão de ser um projeto disruptivo; transformar lixo em energia é um negócio sensacional e muito atraente. A ideia é que nos próximos 2 anos ele fique totalmente operacional”, comentou Cunha.

Marin apresentou um histórico das concorrências sob a perspectiva das licitações e as estratégias de crescimento para empresas do setor.

“A história da Aegea começou com aquisições, porque o mercado era muito limitado em termos de licitações. Com o pipeline do BNDES, deu uma turbinada, mas não tínhamos uma fábrica de projetos. Então as concessões antigas eram uma oportunidade de crescimento”, explicou.

O vice-presidente da companhia também abordou os temas de ESG e o impacto entre a operação das empresas de saneamento e os demais atores envolvidos direta e indiretamente.

“A gente aprendeu que concessão é um business de relacionamento. Se você não aprender a se relacionar com a comunidade, os órgãos reguladores, o poder público e outros stakeholders, você vai ser convidado a se retirar. Se a iniciativa privada quer auxiliar na solução para o déficit de saneamento no Brasil, não pode excluir ninguém; tem que incluir municípios pequenos com uma tarifa pagável”, completou.

Na visão dos participantes, os municípios de menor porte também já vêm se configurando como um campo de atuação específico para empresas do setor.

“O setor de M&A hoje está bastante estratificado. Tem M&A que não entram no radar, pois alguns grupos que focam em ativos de municípios abaixo de 30 mil habitantes; outros, abaixo de 15 mil habitantes. É outro tipo de gestão, outro tipo de risco, pois nessas cidades o risco político é muito maior”, comentou Gustavo Magalhães.