favicon
ESG

'Moderação de conteúdo em redes sociais torna-se crucial para combater a violência'

Confira a quinta entrevista da série Especial do Orgulho, com Lorena Borges Botelho, sócia do Peck Advogados

Na quinta entrevista da série Especial do Orgulho, Lorena Borges Botelho, sócia do Peck Advogados aborda em dois pontos sensíveis e específicos para a comunidade LGBT+: vazamentos de dados e aplicativos de encontros e violência simbólica em redes sociais.

“No mercado jurídico, especialmente na área de proteção de dados, profissionais LGBTIQIAPN+ enfrentam desafios específicos relacionados à orientação sexual, considerados dados pessoais sensíveis pela LGPD. O vazamento de dados de aplicativos de relacionamento representa um risco significativo para usuários LGBT+, expondo vulnerabilidades específicas da comunidade LGBTIQIAPN+”, analisou.

O Decisor Brasil convidou várias lideranças do mercado jurídico para uma série de entrevistas sobre o Dia Internacional do Orgulho LGBT+, celebrado neste 28 de junho.

 

Confira a entrevista na íntegra:

Hoje é o Dia Internacional do Orgulho LGBT+. O que há para se comemorar?

Há muito o que se comemorar, incluindo conquistas legais e sociais significativas ao longo das décadas, dentre as quais: o reconhecimento de casamentos homoafetivos, leis contra a discriminação e maior visibilidade e aceitação social. Além disso, é um dia para homenagear aqueles que lutaram e continuam lutando por um mundo mais justo e igualitário para todas as pessoas.

 

Qual sua percepção sobre o atual panorama de direitos LGBT+?

O mundo atual é marcado por desigualdades significativas, com avanços históricos coexistindo com desafios persistentes. Entre os avanços conquistados: o reconhecimento legal é um dos grandes avanços conquistados. Em diversos países, a homossexualidade foi descriminalizada, o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi legalizado e leis contra a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero foram aprovadas. Além disso, a comunidade LGBTQIAPN+ alcançou maior visibilidade na mídia, na cultura e na sociedade em geral.

Confira as outras entrevistas da série:

Apesar desses avanços, alguns desafios ainda persistem, a discriminação e a violência contra pessoas LGBTQIAPN+ ainda são problemas graves em diversas partes do mundo, inclusive em países onde seus direitos já foram reconhecidos legalmente. Além disso, em muitos países, pessoas LGBTQIAPN+ ainda não têm acesso a direitos básicos como saúde, educação e trabalho. Outro desafio significativo são os retrocessos observados em alguns países, onde leis limitam ou até mesmo criminalizam a homossexualidade e a transexualidade.

 

Quais foram os seus principais desafios profissionais como uma pessoa LGBT+?

Acredito que um dos principais desafios enfrentados pela maioria dos membros da comunidade no ambiente corporativo é a falta de conexão genuína com colegas e líderes. Muitas vezes, sente-se a necessidade de ocultar a sua identidade para evitar julgamentos ou discriminação, o que resulta em um gasto de energia emocional significativo ao tentar ser quem não é.

Olhando para trás, esse tipo de desconexão e este gasto de energia indiretamente afetava a produtividade, mas também a saúde mental e bem-estar no trabalho, em virtude da autocobrança de ser melhor que os demais. Todavia, esta energia poderia ter sido canalizada em algo mais produtivo ao invés de ser utilizada para uma constante vigilância e tensão.

Quais são as particularidades para profissionais LGBT+ no mercado jurídico, principalmente na área de Proteção de Dados, na qual você é ranqueada pela Leaders League?

No mercado jurídico, especialmente na área de proteção de dados, profissionais LGBTIQIAPN+ enfrentam desafios específicos relacionados à orientação sexual, considerados dados pessoais sensíveis pela LGPD. O vazamento de dados de aplicativos de relacionamento representa um risco significativo para usuários LGBT+, expondo vulnerabilidades específicas da comunidade LGBTIQIAPN+.

A proteção de dados ganha relevância com ações afirmativas, respaldadas pela LGPD, que buscam assegurar direitos fundamentais. A moderação de conteúdo em redes sociais torna-se crucial para combater a violência digital direcionada à comunidade LGBTIQIAPN+, destacando a necessidade de órgãos como o Oversight Board (Meta) para lidar com essas questões de forma transparente e eficaz.

No contexto de ESG (Environmental, Social and Governance), a inclusão da comunidade LGBTIQIAPN+ ganha destaque, ressaltando a importância do critério social na promoção da diversidade e na mitigação de desigualdades.

 

Como o Peck Advogados trata temas de diversidade? Existem políticas específicas para grupos minoritários?

Acreditamos que a diversidade nos fortalece e nos permite oferecer soluções ainda mais inovadoras. Diversidade é um dos nossos valores de Peck Advogados. Atuamos de forma prática e efetiva, com a diversidade profundamente enraizada em nosso DNA. Tratamos temas de diversidade com seriedade e compromisso, cultivando uma cultura inclusiva que garante o respeito a todos os grupos minoritários. Nosso ambiente de trabalho é construído para ser inclusivo, promovendo a igualdade de oportunidades para todos, independentemente de sua orientação sexual, identidade de gênero, raça, etnia ou qualquer outra característica. Nossa prática diária reflete nosso compromisso com a diversidade, garantindo que todos os membros da equipe se sintam valorizados e respeitados.