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Inovação & PI

'Startups enxergavam governança como algo que travava os processos; hoje o cenário é diferente'

Gustavo Guerra Chaves é o Head Jurídico da FCJ Venture Builder, responsável por toda estrutura de governança corporativa e compliance da empresa. Nesta entrevista, ele analisa o nível de maturidade dos sistemas de governança no Brasil e fala sobre as perspectivas para nosso ecossistema de inovação.

Quais são os principais pilares de conformidade no ecossistema de Venture Building?

Dentro do ecossistema Venture Builder, assim como de forma geral, os pilares de conformidade seguem a mesma trilha para o compliance de uma forma geral: trabalho intenso sobre a prevenção de uma forma geral, sempre aplicando o melhor entendimento de processos e relações, assim como a assessoria e consultoria como melhor forma de se prevenir os problemas e desconformidades; análises cotidianas para a detecção dos riscos; e correção periódica em todos os processos e todo o sistema das empresas. Somente assim é possível agir de forma a construir um compliance efetivo.

 

Quais são os principais pontos de atenção internos e no relacionamento com parceiros?

Os principais pontos internos e no relacionamento com parceiros são o alinhamento correto e o suporte dos órgãos diretivos e administrativos da empresa, avaliação dos riscos, um bom código de conduta com criação de políticas de compliance, melhoria dos controles internos, treinamentos, comunicação, criação de um canal de denúncias efetivo, investigações internas, due diligence, monitoramentos, auditorias, e observação da efetividade nas práticas de diversidade e inclusão.

 

Como você avalia o nível de maturidade das startups brasileiras no que concerne a políticas de governança corporativa?

As startups enxergavam a governança corporativa como algo engessado que travava os processos, mas hoje o cenário é diferente. O maior rigor de compliance nas rodadas de captação e dos stakeholders faz com que as startups adotem de forma gradativa modelos de governança para não ficarem para trás na evolução do mercado. Hoje existe o lean governance, metodologia criada pela Board Academy, que é um exemplo de governança básica para empresas iniciantes.

 

E quais são as perspectivas para o ano de 2024 neste cenário?

Cada vez mais tem ficado evidente que o ecossistema de inovação e as empresas de uma forma geral tem se atentado para a necessidade e implantação de melhores práticas de Governança Corporativa e de Compliance, com a elevação, ainda que lenta e gradual, da maturação do mercado nesse sentido. Isso se dá não só pela implementação de novos marcos legislativos e resoluções de órgãos reguladores, mas também devido a avanço e transformação cultural nesse sentido. Há uma perspectiva positiva para 2024 e para os próximos anos.