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Top Decisores

'Temos um posicionamento disruptivo, onde usamos nossa inquietude'

Alfredo Zucca é sócio-diretor do /asbz, escritório que ocupa a 34ª posição na lista de Top Decisores: Managing Partners. Na entrevista, ele fala sobre as particularidades na gestão de pessoas do escritório e do processo de retomada da atividade aeronáutica pós-pandemia.

Como você avalia o posicionamento do seu escritório no mercado jurídico brasileiro?

Nós temos um posicionamento disruptivo, provocativo, onde usamos e abusamos da nossa inquietude e autenticidade para trazer ao debate reflexões genuínas e oportunas sobre a gestão dos escritórios, o desenvolvimento das pessoas, o modelo ideal de negócio para o futuro da advocacia.

Como todas as propostas mais revolucionárias, a resistência, a negatividade, o famoso “dar de ombros” se apresentam como primeiras respostas. Porém, 12 anos depois da fundação do /asbz e da consolidação do nosso modelo de gestão (por valores, baseado no desenvolvimento colaborativo e participativo das pessoas, nossa principal riqueza), hoje podemos dizer e afirmar com bastante convicção que atingimos um ponto de maturidade empresarial que nos leva e permite um estado de aprendizado constante, fundamental para o desenvolvimento contínuo, atuando como paradigma/referência para vários outros escritórios que já nos procuram (diretamente e/ou indiretamente) para entender as diretrizes e premissas da nossa governança.

Na sua avaliação, quais são as perspectivas para o mercado jurídico?

O Mercado jurídico (empresarial/corporativo) tem muito espaço de crescimento – no médio prazo (5/10 anos). Todavia, necessitamos passar por um processo de refundação e ressignificação extremamente importante para a valorização da profissão. Devemos deixar a vaidade e o orgulho de lado, mergulhar num processo reflexivo (anamnese), estudando o movimento que se operou nos últimos 30 anos, principalmente a partir da abertura da economia no início da década de 90, que trouxe profundas modificações na atuação e performance do advogado. Não tenho dúvida alguma de que temos capacitação e excelência para, a partir do direito, desbravar soluções empreendedoras com alto grau de acerto. Contudo, temos que mudar nossa visão, ou melhor, através de um estado de inquietude constante, ampliar nosso olhar para além do direito, valorizando nossa atuação contributiva. Só assim sairemos de um estado letárgico de comoditização do direito que procura diminuir a importância do advogado no mundo corporativo.

Como descreveria as particularidades da sua gestão à frente do escritório?

Temos uma gestão altamente colaborativa e participativa, que envolve toda a liderança jurídica e administrativa do escritório. A partir de um modelo de governança muito bem desenhado, conseguimos atuar em rede provocando um estado de inquietação constante, o que permite a evolução e o crescimento do escritório – nas suas mais diversas áreas do direito e segmentos da indústria – de modo perene e pujante. Fazemos o mapeamento constante dessa rede relacional, permitindo assim o cultivo de uma cultura organizacional transformadora, cujos resultados são amplamente reconhecidos, tanto naquilo que diz respeito à leveza e respeito inabaláveis dentro do nosso ambiente de trabalho, como nas nossas ações de ESG que nos levaram a recém obtenção da Certificação “B”. Investir e investir cada vez mais nas pessoas, em projetos inclusivos, que buscam e permitem o desenvolvimento constante dos nossos profissionais para que sejamos melhores pessoas, pois só assim seremos melhores profissionais. A busca por relacionamentos éticos e duradouros nos permite crer que o modelo funciona e faz sentido. O reconhecimento das nossas pessoas e dos nossos clientes nos permite dizer e afirmar que sim, é possível ser feliz no trabalho, e a ciência da felicidade muito explica e responde (principalmente para os céticos), esses valores que consubstanciam e significam o que é ser /asbz.

O /asbz é um escritório de excelência no ranking de Direito Aeronáutico da Leaders League. Quais são os principais desafios deste setor no Brasil?

A indústria da aviação, principalmente a internacional, foi extremamente afetada pela pandemia. Para um setor altamente complexo e dependente de fatores externos, com margens extremamente reduzidas, manter a sobrevivência das empresas durante o período de restrições foi desafiador. A reconstrução e a retomada das operações – para o nível pré-pandêmico – levará tempo, mas não há como existir um mundo globalizado, empreendedor, inclusivo e transformador sem força e a presença do setor. Estamos juntos com nossos clientes trabalhando pela retomada do crescimento, sempre primando pela segurança da operação e respeito às regulamentações.