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'Um processo bem-sucedido de M&A começa na capacidade de seleção dos mandatos'

Mônica Carvalho é a Managing Partner da Condere, assessoria independente de M&A. Ocupando a 14ª posição na lista Corporate & Finance Leading Women, ela fala sobre as oportunidades para mulheres no setor e a importância da construção de teses de investimento robustas.

Como você descreveria os diferenciais da sua atuação em M&A?

Primeiramente, um processo bem-sucedido de M&A começa na capacidade de seleção dos mandatos, com base em critérios concretos, dizendo não a potenciais clientes que não passem nesse filtro inicial. Uma vez dentro de casa, um diferencial é construir uma tese de investimento robusta, que seja defensável mercadologicamente e que, financeiramente, gere o maior valor possível para o cliente. Nesse sentido, minha trajetória profissional pregressa, somada aos 10 anos em que já estou 100% dedicada a M&A, me dá não só fluência em diversos setores, como também uma curva rápida de aprendizagem dos diferentes modelos de negócio. Um segundo ponto é o esforço de ida a mercado, buscar a contraparte ideal, seja na ponta compradora ou vendedora. Eu diria que sou determinada, incansável, no processo de construção de uma transação que faça sentido, no melhor interesse do cliente.

Quais são os maiores desafios para as mulheres que atuam no setor?

Os desafios são similares nos mais diversos setores. O empresariado mundo afora é predominantemente formado por homens. Especificamente em M&A, as transações alcançam diferentes países, origens, culturas, crenças. E não podemos esquecer que M&A envolve seres humanos dos dois lados da negociação, com suas idiossincrasias. Nesse contexto, acredito que uma postura profissional, lastreada em conhecimento técnico, deve estar sempre equilibrada com a capacidade feminina de sentir/ler as pessoas. Costumo dizer que M&A é uma maratona com obstáculos, o que é uma grande oportunidade para as mulheres, pois permite exercitar seu lado resiliente, paciente, criativo na busca das soluções para evoluir para a próxima fase. O oposto de um sprint de 100 metros.

Quais os setores mais aquecidos e os mais promissores para o próximo ano?

Acredito que M&A não seja puxado por tendências setoriais. Ocorrem negócios de diferentes portes nos diferentes mercados, como resultado de movimentos estratégicos específicos. Naturalmente, há ondas; estas, normalmente puxadas por fundos de investimento, com teses setoriais. Para 2024, vemos oportunidades de consolidação no universo de ingredientes, produtos e serviços relacionados a saúde, vida e bem-estar, tecnologias ligadas a automação/inteligência artificial, e, sem dúvida, no agronegócio.

E como a conjuntura interfere neste mercado?

A conjuntura econômica interfere nas moedas, na estrutura de pagamentos que viabilizará uma transação bem-sucedida, de modo a refletir a visão de risco do comprador e do vendedor para aquele determinado negócio. Há momentos de fartura, em que saem mais transações. Mas, não há momento ruim para negociar ativos de boa qualidade. Com uma mente aberta a oportunidades, e uma relação de confiança entre o cliente e seu assessor, com ritmo, é possível fechar bons negócios.

 

Corporate & Finance Leading Women: Confira a lista completa